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Foi lançado nesta sexta-feira, 2 de agosto, o Projeto Sarã, que objetiva revitalizar um conjunto de mais de 15 ilhas existentes no Rio Tocantins, desde a foz do Rio Flecheira até o limite de Marabá com Itupiranga. O projeto é um esforço dos Poderes Executivo (por meio da Fundação Casa da Cultura), e do Judiciário, por meio d a 1ª Vara Criminal de Marabá e Ministério Público Estadual, além do Grupo Só da Terra e Eleve Comunicação.

Um grupo de barqueiros e moradores de ilhas da Região do Flecheira foi convidado para o lançamento do projeto, que aconteceu na manhã desta sexta-feira, com a participação de cerca de 30 pessoas.

Um diálogo com a comunidade marcou a cerimônia simples na foz do Rio Flecheira, em que a presidente da Fundação Casa da Cultura de Marabá, Vanda Américo, destacou aos convidados sobre a preocupação que eles mesmos estão tendo com as mudanças no comportamento do Rio Tocantins com a criação da Hidrelétrica do Estreito.

A Fundação está mobilizando historiadora, antropólogo, geólogos e biólogo para mapear as ilhas, realizar levantamento da vulnerabilidade de cada uma, risco de erosão, entre outros problemas pelos quais estão passando. “Vamos, no primeiro momento, documentar a história de cada morador das ilhas, dialogar sobre as melhorias que podem ser implementadas para que no futuro essas demandas possam ser contempladas”.

Vanda destacou que o Projeto Sarã é essencialmente de preservação e educação ambiental, mas ao mesmo tempo permite o turismo sustentável. “Todos os barqueiros e barraqueiros precisam ser responsáveis por orientar os turistas que chegam a essas ilhas para a diversão e lazer”, destacou a presidente da FCCM.

A juíza Renata Guerreiro Milhomem de Souza, também presente à cerimônia, disse que o projeto é amplo, audacioso e precisa de tempo para que os resultados sejam vislumbrados. Ela sustentou que a equipe técnica vai apresentar soluções para os problemas identificados para estimular o turismo sustentável na região. “Há o turismo que depreda, suja e não deixa nenhum benefício, seja na esfera financeira, ambiental ou social. Aqui, queremos um turismo de qualidade, com recursos financeiros para gastar e fomentar o trabalho das famílias. E esse turista não quer ver sujeira ou desordem, mas limpeza, beleza e cultura local”, explica.

A magistrada disse ainda que, depois de realizada a organização, será hora de vender as belezas das ilhas com seus pedrais e praias para outras regiões do País, com a finalidade de atrair turistas. “Marabá tem um potencial tão grande quanto o Nordeste e o que nos falta é estrutura nossas cidades para receber bem o turista”, destaca.

A juíza Renata Guerreiro prevê que as ações que serão desencadeadas daqui para frente ajudarão a prevenir crimes ambientais. Para ela, não adianta nada dar um pontapé inicial cheio de energia, acionar vários parceiros, se não houver compromisso de continuidade. “Não vamos conseguir mudar essa realidade nos próximos seis meses, porque ele é a longo prazo”, justificou.

Joana Neto Batista da Silva, que tem uma barraca e oferece alimentos e bebidas em uma das maiores ilhas na região, disse à Reportagem do CORREIO que está lá desde 2005, em companhia do marido, Coló, que já faleceu e era bastante conhecido na região. Eles começaram a plantar e não tinham noções de sustentabilidade e acabaram provocando erosão sem saber. “Com o tempo, fomos sendo orientados e hoje eu e meus filhos estamos mais conscientes sobre os deveres de casa que precisamos tomar e ainda orientar os turistas que chegam para nos ajudarem a preservar nossa ilha”, disse.

Os parceiros do Projeto Sarã visitaram quatro ilhas nesta sexta-feira e colocaram duas placas em cada, com informações sobre as ações ambientais que serão implementadas e outra alertando os visitantes que aquela é uma APP (Área de Proteção Ambiental), em que é proibido jogar lixo, cortar árvores e construir. Foram identificados vários danos causados ao meio ambiente nas ilhas em questão.

Vanda Américo avaliou que será preciso convidar a Eletronorte para entrar na discussão porque uma das torres de sua propriedade está fincada em uma das ilhas que está bastante assoreada.

SAIBA MAIS
O nome do projeto, Sarã, é uma referência a uma das vegetações mais comuns na região das ilhas e margens do Rio Tocantins, que contribui para evitar erosão, que é a remoção de porção do solo das margens do rio, provocando um deslizamento de terra e consequente queda da vegetação.

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