Na manhã da última sexta-feira, 22, a Fundação Casa da Cultura de Marabá e a o Ministério Público do Estado do Pará promoveram uma Audiência Pública, através do Projeto Sarã, para ouvir as demandas da comunidade, entregar mudas e visitar ilhas no entorno do Rio Tocantins.

Vanda Américo, presidente da FCCM, e as promotoras de Justiça, Josélia Barros e Alexssandra Mardegan, do Meio Ambienta e da Agrária, respectivamente, conversaram com os moradores e falaram sobre a felicidade de ver a comunidade unida e empenhada em tornar o local produtivo economicamente, tanto pelo turismo como pela agricultura familiar presente na região.

“Os garis dos rios são todos da comunidade. Porém, a participação de todos é essencial porque precisamos começar a educação ambiental, principalmente dos rios, em casa e na escola. Não podemos ficar só nas reuniões. Por isso temos essa equipe permanente que fala sobre a importância da preservação para a comunidade e para os turistas. A Fundação tem feito um trabalho de envolvimento com a comunidade, mostrando que projetos como esse precisam ser fortalecidos cada vez mais”, disse Vanda Américo.

Durante a audiência, a promotora de Justiça, Josélia Barros, elogiou o cuidado que a comunidade tem tido com o local e afirmou que cada visita que faz percebe o lugar mais arrumado, limpo, organizado e comunidade mais unida. Para ela, a Vila Espírito Santo possui um enorme potencial para o ecoturismo e desenvolvimento sustentável.

“Essa é uma oportunidade que vocês devem aproveitar para que tenham os benefícios que o projeto proporciona. Através do Sarã e o projeto de reconstrução da mata ciliar em torno das ilhas do Rio Tocantins, se designou pra gente do Ministério Público uma nova possibilidade, a de atuar junto com os órgãos federais. A ideia é que vocês possam exercer o turismo, mas que também consigam produzir alimentos que possam ser comercializados ou, até mesmo, para consumo próprio. Já estamos com um projeto com a Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente para que vocês possam sem contemplados com a estrutura de irrigação”, adianta a promotora responsável pelo Meio Ambiente.

Pela primeira vez na Vila Espírito Santo, Alexssandra Mardegan agradeceu a presença da comunidade na reunião e ressaltou o cuidado e a beleza do lugar.

“Enquanto promotora de Justiça Agrária quero ajudar vocês no que for necessário. O Ministério Público tem o Projeto Raízes, que através de outros parceiros conseguimos cursos de capacitação, como panificação, biojoia, apicultura, hidroponia, entre outros. Tudo isso vai proporcionar uma maior geração de renda pra vocês de forma sustentável, e isso é fundamental. Me coloco a disposição para ajudar vocês no que for necessário para que possamos melhorar ainda mais o turismo e a qualidade de vida de vocês”, destaca a promotora.

Ao final da reunião, a equipe da FCCM e do Ministério Público realizou a entrega de mais de 700 mudas de plantas frutíferas como: açaí, buriti, acerola, café e ingá. Em seguida a Vanda, Alexssandra e Josélia visitaram algumas ilhas da região.

PROJETO SARÃ

Criado em 2019 com o objetivo de revitalizar e preservar um conjunto de mais de 15 ilhas existentes no Rio Tocantins, desde a foz do Rio Flecheira até o limite de Marabá e Itupiranga, o Projeto Sarã nasceu através da Fundação Casa da Cultura de Marabá com o apoio do Ministério Público do Estado do Pará.

O intuito do projeto é recuperar a mata ciliar das ilhas, através da educação ambiental e social, inserindo a participação da comunidade local.

Através do Projeto Sarã os ribeirinhos começaram a ser incentivados a ter mais consciência ambiental e serem propagadores de boas ações. Além disso, tem sido atuado na promoção da qualidade de vida das famílias, disponibilizando técnicos para o aprimoramento das principais atividades desenvolvidas nas ilhas, como agricultura, pesca e turismo.

Com o trabalho realizado há mais de cinco anos, o Projeto Sarã trouxe a mitigação da degradação provocada pelo uso desorientado dessas áreas, juntamente com a reconstrução gradativa da fauna e flora.

(Ana Mangas/FCCM)